quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Reserva natural do estuário do tejo

A Reserva Natural do Estuário do Tejo, foi criada em 1976, abrange uma extensa superfície de águas estuarinas, zonas de lamas e sapal, mouchões (Póvoa, Alhandra, Lombo do Tejo e das Garças), salinas, pastagens e terrenos agrícolas. Distribui-se pelos concelhos de Vila Franca de Xira, Alcochete e Benavente, ocupando uma área aproximada de 14.560 ha. Situa-se na margem sul do Estuário do Tejo e é uma zona húmida de importância internacional, estando inscrita por isso na Lista de Sítios de Conservação de Ramsar. Outros estatutos de protecção: Zona de Protecção Especial para Aves (ZPE) e sítio inscrito na Lista Nacional de Sítios (Rede Natura 2000).
Permite a observação de aves, bem como de outras espécies de fauna e flora, no seu habitat natural.
Considerada uma das reservas naturais mais importantes da Europa, é a zona húmida mais extensa do país com uma grande biodiversidade e variedade de habitats e uma das maiores extensões contínuas de sapal. Um dos factores que mais contribuem para o valor e importância desta reserva é a presença da avifauna aquática migradora, que totaliza cerca de 194 espécies de ocorrência regular.
Este ecossistema contribui decisivamente para a preservação de 14 espécies de aves. Na zona terrestre envolvente assinalam-se 35 espécies de mamíferos, como a lontra, 9 de répteis e 11 de anfíbios. No que diz respeito à flora podemos destacar os caniçais, a morraça, a gramata e a salgadeira.

Fauna
Esta área tem uma importância internacional em termos de local de nidificação de aves migradoras, pois alberga anualmente mais de 100.000 aves invernantes, que procedem do Norte da Europa e de África. Uma dessas aves é o Alfaiate (Recurvirostra avosetta), que representa grande parte da população invernante europeia, tornando-se o símbolo da RNET. Mas para além desta, podemos também encontrar por aqui o Perna-longa (Himantopus himantopus), Tarambola-cinzenta (Pluvialis squatarola), Pilrito-comum (Calidris alpina), o Perna-vermelha (Tringa totanus) e o Maçarico-de-bico-direito (Limosa limosa). Também existem nesta área diversos anatídeos, tais como Pato-real (Anas platyrinchos), Marrequinha (Anas crecca), Pato-trombeteiro (Anas clypeata) e o Ganso-bravo (Anser anser). O Flamingo (Phoenicopterus ruber) e a Águia Sapeira (Circus aeruginosus) também são avistados nesta área. Em termos de fauna de mamíferos, existe nesta zona os mamíferos terrestres Lontra (Lutra lutra) e o Rato de Cabrera (Microtus cabrerae), ambos classificados com estatuto de ameaçado.
De fauna piscícola temos por exemplo, o linguado e o robalo mas também espécies sedentárias tipicamente estuarinas como o Caboz-de-areia (Pomatoschistus minutus) e o Camarão-mouro (Crangon crangon). No Tejo surgem também os peixes migradores como a Lampreia (Petromyzon marinus) espécie em perigo devido à destruição de áreas de reprodução pela poluição, exploração de inertes e alteração de regime natural de caudais, a Savelha (Alosa fallax) e a Enguia (Anguilla anguilla).

Flora
A maior parte da do coberto vegetal é dominada pelo sapal, que representa a união entre as águas e a superfície emersa. Trata-se de uma zona de depósito de grandes quantidades de nutrientes orgânicos e minerais, que desempenha uma função muito importante na depuração das águas. No sapal, as espécies estão distribuídas consoante a sua maior ou menor resistência à salinidade, podemos assim encontrar no Tejo a Morraça (Spartina maritima), uma gramídea bem adaptada a uma imersão prolongada em águas salgadas, a Gramata-branca (Atriplex portulacoides), assim como todo um conjunto de plantas onde se inclui a Madorneira-bastarda (Inula crithmoides), a Sempre-noiva (Spiraea Cantoniensis), o Valverde-dos-sapais (Suaeda vera) e o Junco (Juncus). Em certos trechos da margem é possível encontrar povoamentos de Caniço (Phragmites australis) e de Tábua-estreita (Typha angustifolia).
Relevo
A nível do relevo predominante da região do concelho de Vila Franca de Xira e da reserva natural do estuário do Tejo, são o monte gordo, a planície e a peneplanicie.

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