quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

História de Vila Franca de Xira

A primeira ocupação da actual freguesia de Vila Franca de Xira ocorre no final do Neolítico princípios do Calcolítico, havendo vestígios arqueológicos de uso funerário nas Grutas da Pedra Furada.

Do domínio romano da região subsistem vestígios em Povos de uma pequena Villa que terá sido ocupada entre o século II e IV da nossa era.

A nível da ocupação muçulmana que se fez sentir na área, existem também bastantes vestígios como habitações e troços de cercadura amuralhada (também em Povos) e outros achados importantes.

A freguesia foi formada em 1147, mas só com o foral e que começa a ter um verdadeiro desenvolvimento. Durante essa altura, a freguesia era ocupada por 3 povoados: Santa Maria de Xira, Santa Maria da Assunção de Povos e Santa Maria de Alcamé. A povoação de Povos recebeu foral de D. Sancho I em 1195. Anos depois, em 1212, Dona Froila Hermiges, dos de Riba-Douro, concede foral às povoações de Cira e de Vila Franca, entregando, em 1228, a freguesia aos cuidados dos Cavaleiros Templários. Sobre o governo destes, passou para a Ordem de Cristo, mas que com a dissolução da Ordem passou aos domínios da coroa portuguesa da época e assim se manteve.

Até ao século XVIII as informações sobre Vila Franca são escacas. Mas de todas destacam-se estas: a organização nos portos de Povos e de Vila Franca da armada que viria mais tarde a dobrar o Cabo da Boa Esperança capitaneada por Bartolomeu Dias; a visita de Cristóvão Colombo á rainha D.Leonor; em 1670 serviu de corte a D. Pedro II e a D. Maria Francisca de Sabóia.

No inicio do século XIX, a freguesia padeceu com as Invasões Francesas no qual resultaram pilhagens, destruição sobretudo nas invasões de Junot e de Massena em 1808 e em 1810 respectivamente. Depois em 1823, durante as revoluções liberais, dá-se em Vila Franca um golpe militar conhecido como Vilafrancada ou Campanha da Poeira. Este movimento de tentativa de restabelecimento do poder absoluto em Portugal resulta na transferência, a 27 de Maio do Pronunciamento de Infantaria nº23. É também o nome dado à insurreição liderada pelo Infante D. Miguel de Portugal em Vila Franca de Xira a 27 de Maio de 1823.

Vila Franca funcionou sempre como encruzilhada de caminhos, de terra e de água, e a partir do século XIX, se Povos foi perdendo importância, Vila Franca ganhou-a, pelo que alargou o seu território municipal, ao receber os extintos concelhos de Povos, Castanheira, Alhandra e Alverca.

No século XX, acentuou-se a feição comercial e urbana da cidade, convertendo-se em centro nevrálgico de comunicações e serviços, sem nunca perder as suas raízes de simplicidade, de acolhimento aberto e conservação pelo seu amor às Lezírias, ao Tejo, ao Fado e á Tauromaquia.

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